“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” – Apocalipse 3:20
Um convite divino em meio ao cotidiano
É fácil imaginar Jesus batendo à porta do nosso coração como alguém que conhece cada detalhe da nossa vida, mas ainda assim escolhe esperar por um gesto nosso. Essa imagem, embora poética, é profundamente concreta: o Criador do universo não invade, não arromba, não impõe. Ele bate. Ele chama. E espera.
No meio da correria, notificações, compromissos e barulho constante do mundo moderno, quantas vezes temos ouvido esse som sutil? Quantas vezes o ignoramos, convencidos de que abriremos a porta “quando as coisas se acalmarem”? E se essa batida for hoje? E se for agora?
A delicadeza do relacionamento com Deus
Apocalipse 3:20 é mais do que um versículo; é um retrato do coração de Deus. Nele, Jesus não oferece apenas ajuda, direção ou livramento. Ele oferece **presença**. E não qualquer presença, mas uma intimidade rara: “cearei com ele, e ele, comigo”. Na cultura bíblica, a ceia era um símbolo de comunhão profunda, de confiança, de amizade verdadeira.
Jesus não está atrás de seguidores formais ou de práticas religiosas frias. Ele busca relacionamento. Busca alguém que abra a porta, não com perfeição, mas com sinceridade. Ele quer entrar onde estão nossas alegrias e angústias, onde mora a confusão da alma e os desejos mais guardados.
O livre-arbítrio como parte da graça
Esse versículo também revela uma das maiores demonstrações do amor divino: o respeito pela nossa liberdade. Deus não precisa da nossa permissão para agir, mas Ele **escolhe** esperar que digamos “sim”. É um amor que não manipula, que não força, que não apressa.
Essa escolha é diária. Podemos ter aberto a porta ontem, mas hoje ela pode estar fechada de novo. Basta um medo, uma dúvida, uma decepção, e já estamos trancando as entradas da alma. Mas a boa notícia é que Ele não se cansa. Ele continua batendo.
O que significa “abrir a porta”?
Abrir a porta não é um ritual. É um gesto interno. É parar por um momento e dizer: “Senhor, eu não tenho todas as respostas, mas quero Te ouvir. Entra. Fica. Me guia.” Pode ser durante um café silencioso, numa caminhada, numa oração em lágrimas ou num sorriso inesperado no fim do dia. Deus se manifesta nas entrelinhas da vida.
E quando abrimos, Ele entra. Sem julgamentos, sem cobranças. Apenas presença. Apenas amor. Apenas verdade.
E no fim do dia...
A fé não é construída apenas nos grandes milagres ou nos dias de êxtase espiritual. Ela nasce, cresce e se fortalece nos momentos em que ouvimos uma batida sutil, reconhecemos a voz familiar e decidimos abrir a porta. Mesmo cansados. Mesmo com a casa bagunçada. Mesmo sem saber o que dizer.
Porque o que Ele quer, de verdade, é estar conosco. Cear conosco. Compartilhar o momento. Ser parte da nossa história.
E você? Vai abrir a porta hoje?
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